PESSIMISMO
Tive que esquecer-me e fazer filmes na minha cabeça para sangrar o meu sofrimento, que de nada valeram. Aprendi que é fácil mentir nas palavras que profiro. Felicidade não existe, existe apenas um contentamento, que me permite ver que ainda dói. É uma bebedeira que tento combater sem ressacar, mas sem uma carta de despedida, sem uma nota de suicídio, que me deixe para trás neste mundo de hipocrisias do qual faço tão bem parte. Mas há algo que me desbloqueia em momentos de loucura, e que me fazem lembrar por momentos que não estou assim tão só. E são esses momentos que me permitem pensar que ainda há tantas coisas por realizar, que preciso de acordar e caminhar, sem medo e sem vergonha do que sou, e do acredito.
Às vezes acho que se aquela onda me tivesse engolido, teria sido melhor, pois foram muitos os que perdi, e que magoei, esquecendo-me de que em nada tinham culpa desta minha ignorância e sofrimento. Foram tempos demasiado duros que ainda sobrevivem, por não saber controlar esta minha estupidez, e esta minha ânsia de querer saber. Aqui serei sempre a minha acusação, que de nada me serve agora para evitar algo semelhante.
Às vezes odeio-me tanto, por gostar demais, e saber que nunca os meus sentimentos serão correspondidos, como idealizei quando era pequenino e puro. Mas esta é a puta da vida! Nada é como nos filmes que o cinema nos oferece. São apenas histórias estúpidas e utópicas que nos tornam pessoas melhores no momento em que as visionamos, porque nos comovem. Enganamos as crianças com as histórias e contos, alimentamos o seu pequeno cérebro com mentiras. E essas crianças serão adultos, que desse imaginário, verão uma realidade cruel e na maioria das vezes frustrantes. O azul e o rosa, só mesmo nas paredes, nas roupas, que de tão contrariadamente alegres, se remodelam em tons mais crus ou negros, ou na melhor das hipóteses em cores quentes como o vermelho, que os permite dentro das suas portas, ter um mundo mais quente e alegórico, onde fantasiam de novo.
Um dia fugirei de toda esta vida, para tão longe, mas para tão longe, que quando derem pela minha falta, verão que nunca lhes faltei. Porque era apenas mais uma pessoa. Porque é sempre assim, quando alguém parte, são apenas uns momentos em que se sente a ausência, nem sequer é a falta, a saudade, que está presente.
Esta é a puta da vida! Uma vidinha que vivemos de merda! Onde palavras são apenas palavras. Palavras que se embrulham umas nas outras, que não me ajudam nem me repreendem quando à noite me perco por entre o silêncio destas paredes. Poderão dizer que sou negativo, pessimista, que não tenho nada cá dentro, que fracassei, que me derrotei, mas não. Apenas sei que não. Porque ainda estou aqui, mas sempre pronto para o pior que vier de qualquer lado. Já nada espero, já nada desejo, como uma criança que ainda está por nascer. Façam-me vir ao mundo, façam-me chorar de novo, talvez eu mude, ou não. Porque de chorar eu já cansei, de noites mal dormidas em que espero o dia raiar, sem saber se algo ainda me espera lá fora. Porque a verdade é só uma, já nada espero!
O meu orgulho, esse sim, aniquila-me, mas viver de migalhas, dói que se farta. É na vida material é na vida sentimental, matou-me. Mas apesar disso, ainda aqui estou não estou? Sem esperar nada. Porque estou? Não sei. Talvez, porque não sou cobarde. Porque já dei um pontapé em mim no passado, e que esse me magoa até hoje, é a minha lesão, a minha cicatriz, que ainda me falta retratar em palavras.
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